Criticada
por uns e indicada por outros, seria a chupeta uma verdadeira vilã ou uma
simples mocinha?
Os
pais, especialmente os de primeira viagem, não suportam ver seu bebê chorando
sem parar. Embalos, carinhos e palavras doces às vezes não são o suficiente
para acabar com o chororô e a chupeta e as mamadeiras são vistas como uma das
alternativas mais eficazes para acalmar a criança.
“O
ato de sugar estes acessórios, assim como o bico do seio da mãe ou o dedo, está
associado à necessidade de satisfação afetiva, de segurança e de sucção da fase
oral”, explica o ortodontista e ortopedista facial Gerson Köhler, integrante da
equipe interdisciplinar da Köhler Ortofacial.
Mas
o hábito se mantido além do tempo normal pode ser responsável pelas alterações
nos dentes, arcadas dentárias e na musculatura facial e acaba prejudicando o
desenvolvimento infantil.
A
fase oral é descrita como a época em que a criança descobre o mundo por meio da
boca. Ela começa já havendo um treinamento intrauterino - no nascimento do bebê e
dura até os dois anos. Nesta fase, todo o desenvolvimento está voltado para a
região oral, por isso o seio da mãe funciona também como um conforto emocional,
sensação que também pode ser obtida com a chupeta.
Bebês
que ficam muito tempo com a chupeta na boca se expressam menos, já que o choro
é considerado um dos diversos fatores que estimula o desenvolvimento da
linguagem. Além disso, se a língua estiver posicionada inadequadamente, a
criança tem dificuldade para articular as palavras e os sons produzidos são
distorcidos e de difícil compreensão.
As
alterações nas arcadas dentárias e nas posições dos dentes dificultam a
mastigação e a deglutição. Sem triturar direito os alimentos, o indivíduo não
se sente saciado e come mais do que deveria, favorecendo o excesso de peso e o
surgimento de doenças ligadas à obesidade. Outro problema causado pela chupeta
é o desmame natural precoce. Ao chupar o objeto, o bebê se acostuma com uma
forma diferente de sucção, que não é nutritiva e exige outro posicionamento da
língua. No momento de mamar no peito, ele sentirá mais dificuldade para sugar o
leite e se alimentará menos.
“A mamadeira também pode incentivar o uso de
chupeta, pois não exige esforço muscular para a sucção. A criança satisfaz a
sua necessidade de alimento, mas não a de sucção. É sempre bom lembrar que a
amamentação materna é fundamental para a saúde geral dos bebês” Juarez Köhler
Atualmente,
a chupeta é uma peça que faz parte do enxoval de todo bebê. As diferentes
marcas, formas, cores e desenhos têm despertado uma atração irresistível para
as mamães, mas, ao mesmo tempo, se confundem, no momento da escolha.
A
chupeta deve ter o bico compatível com o tamanho da boca e com a idade do bebê.
Além disso, é importante que a direção do longo eixo do bico esteja em uma
posição inclinada para cima em relação ao apoio labial. Para os recém-nascidos,
pode ser de látex ou de silicone e, para os bebês de baixo peso ou prematuros o
tamanho do bico deve ser adequado, para não provocar um posicionamento incorreto
com uma posteriorização da língua. O disco ou apoio labial deve ser de plástico
firme e maior do que a boca do bebê para prevenir que a chupeta seja colocada
inteira dentro da boca e para proporcionar uma vedação para que o bebê não
coloque os lábios em cima do apoio. Deve ser recortado como um grão de feijão,
para evitar uma consequente deformação na região anterior da arcada dentária e
na base do nariz. Deve apresentar no mínimo dois furos de ventilação opostos
com diâmetro de 5 mm e a distância do bico de 5 a 6 mm para favorecer a
circulação de ar no rosto do bebê e prevenir irritações na pele causadas pelo
acúmulo de saliva. Não precisa, obrigatoriamente, ter argola, podendo possuir
apenas uma saliência para que a mãe possa puxar para estimular os exercícios de
sucção ou para retirá-la da boca do bebê. Jamais deve ser amarrada ou pendurada
ao redor do pescoço do bebê com fita, corrente ou fralda, pois além de haver
risco de estrangulamento, pendurá-la e deixá-la acessível favorecerá a
instalação do hábito.
Para a segurança do bebê, o bico e o disco de plástico devem ser inspecionados frequentemente para detecção de qualquer sinal de deterioração. Se o bico estiver inchado, rasgado ou pegajoso, a chupeta de ser trocada. Depois de cada uso, a mãe deve verificar se o bico está bem preso ao disco de plástico para evitar acidentes.
Para a segurança do bebê, o bico e o disco de plástico devem ser inspecionados frequentemente para detecção de qualquer sinal de deterioração. Se o bico estiver inchado, rasgado ou pegajoso, a chupeta de ser trocada. Depois de cada uso, a mãe deve verificar se o bico está bem preso ao disco de plástico para evitar acidentes.
É muito importante que as mães realmente a utilizem unicamente para satisfazer a sucção, obtendo com isso, apenas os seus efeitos desejáveis. Sendo assim, após o término da fase de sucção, a criança estará apta para as fases subsequentes de crescimento e desenvolvimento, de forma que obtenha posteriormente o equilíbrio neuromuscular e dentofacial desejado pelo profissional que o monitora.
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